terça-feira, 29 de maio de 2012

Mamelungos de Recife - CD e Internet


Integrantes: Christiano Squeff, Andre Mortara e Thiago Ferreira.

Entrevista Felipe Julian banda Axial



Por: Bruno Gonçalves, Lucas Baratieri e Fernando Botelho

Hardcore Breakbeats: Jungle, Drum n Bass e Dubstep


O Jungle, sonoramente falando, se trata dessas batidas do hardcore breakbeat, com fusões do ragga, dub, funk, e sons presentes na música jamaicana. A hipótese mais conhecida pelo aparecimento do nome jungle é a de que tal nome se refere justamente do gueto, ou seja, da selva que era o gueto, ou dando a entender que o jungle era música do gueto. Dando um certo ar preconceituoso esse termo logo começou a causar problemas, as hipóteses para que o nome tenha virado drum and bass seriam de que, por o termo ser preconceituoso, as pessoas estavam querendo dar um ar étnico correto ao ritmo, mudando-o para drum and bass.
Já outra hipótese seria a de que, com as festas de jungle, o uso de drogas estava aumentando, e com a violência que o próprio consumo estava causando, o termo jungle teria ficado "sujo", logo, os promoters dessas festas receberam a idéia de mudar o nome para algo que seria lógico ao ouvir a música, e logo assim, teria surgido o termo drum and bass. Entretanto, o drum and bass se trata mesmo de uma evolução cultural e sonora do jungle, sendo a "nata" do jungle, ou seja, um som mais menos sincopado, misturando funk, hip-hop, house music, acid jazz, rock e atéritmos latinos na sua composição.


Ex.: 
Burial
http://www.youtube.com/watch?v=bmW_r3XK2HA
 
O Drum n Bass é caracterizado por batidas em média de 170 BPM e surgiu no inicio da déc. de 90. O estilo que se desenvolveu no inicio dos anos 90 apenas mudou de nome mais ou menos em 1996. Surgiu principalmente de uma variação do hardcore breakbeat e do rave britânico. O drum and bass primordial (antigamente conhecido somente como jungle) juntamente com o Hardcore Breakbeat foi uma evolução sonora com origens em 3 gêneros diferentes: O Acid House inglês; O Bleep Techno; e o Techno Belga.
É durante a cena rave do fim dos anos 80 da grã Bretanha, Djs de Hardcore começam a acelerar os bpm´s de suas apresentações. É neste momento que começa a surgir o nome Jungle. Uns construíam faixas se utilizando de sonoridades mais leves e alegres (Happy Hardcore), outros se focavam em batidas e timbres mais pesados e ligados ao techno belga (Darkcore). Tanto o Darkcore quanto o Dancehall enfatizavam o ritmo da bateria e as linhas de baixo e tinham tempos (velocidade) parelhos.Samplea clássicas baterias do funk americano. Construção de ritmos muito mais complexos e caóticos.
Começou a se aproximar cada vez mais do dub, usando frases de baixo muito similares as do mesmo. As músicas começam a serem feitas já em 160-165 batidas por minuto tornando impossível a mixagem com o hardcore. Influência do ragga, dancehall assim como o hip hop. Este processo foi evoluindo ao longo dos anos e o Jungle evoluiu dentro deste nome de 92 até mais ou menos 96. Em 1996, o estilo Jungle começava a se ramificar cada vez mais na questão das influências utilizadas pelos seus produtores. Produtores de jungle mais influenciados pelo reggae começam a transformar a atitude do som em uma atitude um pouco agressiva. As festas começam a ficar um pouco mal vistas pelo público e pela mídia. Neste momento, os produtores estão lançando musicas com outras influencias que não o reggae e suas faixas começam a ser tocadas em rádios comerciais e não mais só nas rádios piratas. Estes produtores resolvem adotar um outro tipo de nome para o som que eles estavam fazendo já que suas influências eram diferentes e a mídia estava os hostilizando também. Começa-se a se utilizar o nome Drum and Bass. Com a mudança do nome e dos estilos e batidas utilizados, o estilo volta a cair nas graças da mídia.

Ex.:
Andy C.
http://www.youtube.com/watch?v=cjFlYbf7j1E

Dubstep é um gênero de música eletrônica surgido no sul de Londres, Inglaterra, no início da década de 2000. Se caracteriza por ser uma música instrumental eletrônica com influências das texturas e ritmos digitais do Dub dos anos 1980 e do ritmo urbano 2-step. Se diferencia do grime, bassline e grindie por geralmente não apresentar vocais ou rapping.
O dubstep evoluiu de forma independente na chamada cena UK Garage do Sul de Londres, derivado do House, do Drum'n'bass e, logicamente, do Dub. No início da década de 1990, após a explosão do Acid House e ao longo da era Hardcore da música eletrônica britânica, as raves também tocavam as músicas do UK Garage – nome dado ao House instrumental com maior velocidade, também conhecido como Speed Garage. O gênero é marcado pelo uso intenso e massivo de sub graves, sendo quase que como uma adoração aos sons de frequências baixas e também marcados pelos "Bass Drops" que são ápices da
musica onde o "bass" ou as "basslines" são introduzidos de forma brusca e impactante, também é marcado pela composição polirrítmica e inconstante, alem disso o dubstep é marcado pela criação de texturas melancólicas e temas obscuros. Outro gênero desenvolvido em paralelo ao Dubstep é o chamado Grime. Surgido na mesma cena e período, o Grime seria um espécie de estilo mais pop e menos cult do Dubstep.

Ex.:
Skrillex
http://www.youtube.com/watch?v=WSeNSzJ2-Jw

ENTREVISTA FELIPE JULIÁN - APLICATIVO BAGAGEM



GRUPO: BRUNNO ROSSETTI OGIBOWSKI, HENRIQUE ALVES AARÃO, LUCAS.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Entrevista com Daniel Murray

Entrevista com Daniel Murray

Ângelo Colasanti
Arthur Sabbadin
Gabriel Reis

http://www.youtube.com/watch_popup?v=MvP9weMyG7s&vq=large#t=32

Sound Systems Jamaicanas


Sound Systems Jamaicanas

As Sound Systems jamaicanas tradicionais (festas de rua populares em Kingston criadas na década de 50 nas quais eram tocados sucessos do R&B norte-americano) são as precursoras da essência do que nós conhecemos como Hip Hop e, posteriormente, do Remix como técnica de intervenção musical.


A Jamaica é conhecida há décadas por exportar ótima música e excelentes instrumentistas, como por exemplo, o Mento (gênero folclórico semelhante ao Calypso de Trinidad) que até os dias de hoje é gravado e lançado por intérpretes tradicionalistas como os Jolly Boys.


Em meados da década de 40 o Jazz chega à ilha através de discos e transmissões de rádio. Inúmeras bandas se formam, muitas delas formadas por músicos que passaram pela Alpha Boys School, e com a consolidação da ilha como pólo turístico internacional, gigs de jazz passam a ser apresentadas em grandes hotéis direcionadas para turistas e a população do uptown, logo ter uma banda tocando em sua festa se torna algo inacessível para a grande massa.


Nos anos 50 a música popular americana começa a se fragmentar, o Jazz cede espaço ao Bebop e o R&B, antes chamada de música de raça, ganha força. O tempo do Jazz orquestrado se esvai ao passo que a música popular cresce mais forte, mais jovem. A Jamaica em si estava mudando, a população criava um êxodo do rural em busca de melhores condições de vida, e tinham como diversão em seus finais de semana ir à festas a céu aberto, primariamente chamadas de “festas de gramado”, espalhadas por toda cidade onde essencialmente ouviriam sucessos da música popular norte-americana através de DJs, seu toca discos e muitas caixas de som. Além de divertir o público por uma entrada de baixo custo, essas festas eram como uma rádio comunitária da grande massa que “informava” os sucessos recém-lançados. A situação era difícil na época, não havendo condições, na maioria das vezes, nem mesmo para a compra de um rádio. As playlists das festas se resumiam a R&B cru, rápido e com batidas pesadas, geralmente os donos de sound systems viajavam aos Estados Unidos para comprar novos discos ou tinham um agente que fazia esse serviço, era uma constante competição para sempre ter as novidades do mercado e um hit era facilmente reproduzido 15 ou 20 vezes durante as festas.



Na metade da década haviam duas sound systems que dominavam o público de Kingston.
Duke Reid com a Trojan: nascido Arthur Reid em 1915, amante do R&B norte-americano, dono de uma loja de bebidas chamada “Treasure Isle” e de um programa de rádio chamado “Treasure Isle Time” no qual tocava somente R&B, Duke Reid também foi dono de uma popular sound system. Mais tarde também viria a ser dono de um dos mais importantes selo/estúdios da ilha chamado “Treasure Isle Studio”.


E Clement Dodd com a Sir Coxsone Downbeat: nascido Clement Seymour Dodd em 1932, dono de uma também popular sound system e de outras até que, em certo momento, passou a contratar “braços direitos” para dirigir as festas nas quais estaria ausente, uma dessas festas, por exemplo, era dirigida por Lee “Scratch” Perry, que viria a ser um dos mais importantes produtores jamaicanos da história. Coxsone também viria a ser dono de um dos mais importantes selo/estúdios de gravação chamado “Studio One”.


A competição, envolvendo a busca de novos sucessos do mercado norte-americano a fim de assegurar o público de suas próprias festas, entre essas duas grandes sound systems era intensa e durou até a década seguinte. A situação era tal que os DJs raspavam os labels do vinil para que algum “espião” de outra festa não soubesse o que foi tocado. E esse foi um dos grandes catalisadores do crescimento da indústria musical na Jamaica, já que as sound systems não tinham outra escolha porque a ilha não possuía estúdios de gravação e mesmo depois da abertura dos primeiros estúdios, ainda era dada ênfase aos materiais licenciados norte-americanos.

No final da década de 50 são lançados os primeiros discos de artistas locais, praticamente cópias dos sucessos norte-americanos, mas pouco importava já que eram novas músicas que poderiam ser tocadas nas sound systems. Percebendo a possibilidade de gravar discos a serem tocados em suas próprias festas Reid e Dodd abrem seus selos (respectivamente Treasure Isle e Studio One) e uma vez que a indústria fonográfica, ainda que rudimentar, estava instalada na ilha, os jamaicanos não precisavam mais enviar a matriz pra os Estados Unidos para prensagem. Daquele ponto era inevitável que um gênero popular jamaicano fosse surgir.

“Nós estávamos tentando imitar, mas quando o fizemos, não ficou real” – Derrick Morgan. Voltando de uma gravação com Reid, Derrick Morgan conheceu Prince Buster (Cecil Campbell, cantor e produtor) que pediu uma chance e acabou gravando 13 hits, na verdade era para Buster ceder a Reid metade do dinheiro ganho com a gravação e ele terminou por retribuir com uma música, a que ele julgava mais fraca. Esse foi um dos momentos que transforma a história, ao longo da produção algo novo surge, uma mistura do Mento tradicional com o R&B. E assim surge o Ska. Ou pelo menos uma de suas versões, ninguém sabe ao certo nem quando o gênero surgiu, alguns dizem ter sido no início de 60, outros em 59, 56 até 51, mas os críticos em peso concordam que o pai do Ska foi Prince Buster.


Músicas como “They got to Go” e “Shake a Leg” aprofundaram e estabilizaram o gênero, com ênfase nos contratempos síncopados  das guitarras. Fora que o Ska se encaixou perfeitamente no clima da época, com a ilha conquistando sua independência e o crescente sentimento nacionalista, a música feita pela classe operária era a verdadeira música da grande massa e realmente sintetizava os guetos de Kingston.





Os discos na época passam a ser prensados quase que exclusivamente para serem tocados nas festas, os chamados acetatos (ou Dubplates) que eram de fácil deterioração, já que em pouco tempo seria lançado algo novo e assim também poderiam analisar a aceitação do público.


Junto com o desenvolvimento do Ska veio a popularização do DJ, figura muito importante na cultura das sound systems, que basicamente era um dos focos principais das festas. Sua função além de obviamente selecionar, tocar e trocar os discos, era a de entreter o público, ler memorandos e posteriormente executar o que os jamaicanos chamam de toasting (no resto do planeta essa prática ficou conhecida como rapping). O ato do toasting é bastante amplo, o DJ poderia, por exemplo, contar alguma piada em um intervalo de música, ou também agitar o público com frases de efeito como “Yeah! Dig for daddy, dig for mommy!” ou poderia repetir continuamente a palavra Ska ao longo da música, prática que foi evoluindo ao longo do tempo.

Grandes nomes como Sir Lord Comic, King Stitt, Count Matchuki e U Roy começaram a rimar palavras de maneira ritmada por cima de hits nas festas e com uma notável habilidade, poderiam rimar durante várias músicas, muitas vezes também reforçando sua mensagem principal. Logo se criou uma necessidade de ter músicas instrumentais e versões instrumentais de músicas já conhecidas para esse tipo de prática que acabou se tornando bastante popular.




No final dos anos 60, produtores musicais, visando atender a demanda dos DJs e até mesmo renovar a cena de música popular, começaram a fazer intervenções técnicas nas músicas. Como King Tubby (nascido Osbourne Ruddock em 1941), coroado como o rei do subgênero musical que viria a ser chamado de Dub a partir da década de 70. Deve-se a existência do Dub a produtores musicais e engenheiros eletrônicos já que foram os próprios que passaram a separar as frequências das músicas, assim como a voz do riddim (gíria jamaicana para a trilha instrumental e percussiva da música), desenvolver seus próprios equipamentos e assim gerando novas possibilidades e timbres, como o próprio King Tubby que uma vez trouxe dos Estados Unidos uma unidade de reverb Fischer, e assim que o aparelho quebrou, Tubby que além de excelente produtor era um engenheiro treinado consertou seu equipamento, mas da sua maneira e não da maneira do fabricante, a deixando com uma sonoridade mais interessante. Infelizmente King Tubby foi assassinado em 1989 no auge da guerra civil política na Jamaica.


Outro produtor muito importante para o desenvolvimento do conceito e também responsável pela popularização do Dub internacionalmente é Lee “Scratch” Perry (nascido Rainford Hugh Perry em 1936). Músico e exímio produtor musical, Lee “Scratch” Perry começou sua carreira como DJ tocando nas sound systems de Clement Dodd para mais tarde, após ter diversos conflitos com Dodd e outros donos de selos e vender 60.000 cópias com um hit, fundar o “The Black Ark”, estúdio que o fez ganhar fama internacional gravando ícones como Bob Marley & The Wailers, The Congos e Max Romeo. Suas produções eram diferenciadas, enérgicas e, segundo Perry, o segredo do “The Black Ark” era água! Perry diz que em certo momento de sua vida percebeu que a água é a única substância da qual um homem não consegue sobreviver sem, logo, construiu a sala de gravação em cima de água. Até concluir que o abuso de álcool, nicotina e ganja estava destruindo sua “criança interior” e que todo o maravilhoso trabalho feito no “The Black Ark” tinha sido desenvolvido em cima do abuso dessas substâncias, decidiu fechar o estúdio e recomeçar do zero sem a utilização de quaisquer substâncias e, felizmente, está na ativa até os dias de hoje.


A imigração em massa dos jamaicanos para a Inglaterra levou a cultura das sound systems, do Ska e do Dub, dos guetos de Kingston para os guetos de Londres, dando assim nascimento aos Rude Boys, personificação dos infratores juvenis da classe pobre dos guetos ingleses,  posteriormente aos Skinheads e em meados dos anos 80 se mostra alicerce para o todo o desenvolvimento da cultura de Raves e culturas posteriores.



Mas a imigração para os Estados Unidos realmente criou algo único. Por volta de 1967 DJ Kool Herc (nascido Clive Campbell em 1955), jamaicano, exposto a toda a cultura das sound systems, se muda para o bairro do Bronx em Nova Iorque, que sofria uma grande desvalorização após a construção de uma autoestrada, criando quase que imediatamente uma violenta cultura de gangues juvenis, já que o bairro se tornou uma zona praticamente abandonada. Na época da escola, devido ao seu tamanho e habilidade no basquete Clive Campbell ganha o apelido de “Hercules” e após se juntar a uma crew de grafitti, adota o nome de “Kool Herc”. Basicamente as festas de Herc consistiam em dois toca-discos e um PA, por onde ele disparava hits de James Brown, The Jimmy Castor Bunch e The M.G.’s para uma platéia de certa forma pré-estabelecida, já que os donos de clubes da região ficavam receosos com a presença de gangues, os DJs da época estavam tocando algo mais no clima da Disco Music e a rádios faziam distinção demográfica com a população do Bronx.


Foram nestas primeiras festas que Kool Herc desenvolveu o estilo que posteriormente seria chamado de Hip Hop. Ele costumava repetir partes de uma música que eram puramente instrumentais e com uma batida pesada e já que estas partes eram as que os dançarinos (mais tarde chamados de B-boys e B-girls) curtiam mais, Herc tirava o volume e mudava para o outro pick-up, prolongando o som e assim que o segundo LP terminava ele voltava com o primeiro, transformando uma pequena parte em 5 minutos de loop.


Estas e muitas outras técnicas desenvolvidas por Herc foram posteriormente utilizadas por DJs consagrados como Grandmaster Flash, Afrika Bambaataa e tantos outros até os dias de hoje. Mas somente um jamaicano nascido na cultura das “festas de gramado”, exposto à violência dos guetos do Bronx e à energia de James Brown poderia ser coroado como o pai do Hip Hop.





Ângelo Colasanti
Arthur Sabbadin
Gabriel Reis 












quinta-feira, 24 de maio de 2012

Entrevista Circuit Bending






grupo:  Thomas Levisky, Leandro Nilo, Carlos Eduardo Aranha e Frederico Silva

A Era Disco

A cena Disco começou antes mesmo de uma música característica ser estabelecida, e foi resultado de um soma de fatores vindos de vários lados e origens.
No final da década de 60, início da década de 70 o movimento do orgulho gay tomou força principalmente na cidade de Nova Iorque, onde existia uma lei que proibia pessoas do mesmo sexo até de dançar juntas. Conseguindo derrubar essa lei começaram a ser organizadas festas privadas voltadas para esse público, que não tinha lugares de encontro pela cidade.
Logo essas festas se tornaram disputadas, principalmente a do pioneiro David Mancuso, que ficou conhecida como a “The Loft”. Nessas festas as músicas que embalavam as noites eram rock, soul e algumas musicas latinas que eram intercaladas. Quem escolhia a sequencia e colocava-as para tocar era a figura do dj, que vinha da cultura do soundsystem jamaicano, introduzido na América do norte pelos imigrantes que escaparam da grande crise econômica da Jamaica.
Grupo Abba
Aos poucos as técnicas dos djs foram evoluindo: uma segunda pick-up foi incluída, assim não haveria um intervalo entre uma música e outra; e discos de 12 polegadas começaram a ser utilizados, assim com apenas uma musica em casa lado do disco, era mais fácil de localizar o inicio de cada faixa.
Com essa configuração, a figura do dj foi ganhando cada vez mais importância, mixagens começaram a ser feitas, e com isso a mistura desses estilos musicais distintos que eram tocados nessas festas foi se tornando mais intenso, dando origem a musica característica da era disco.
Grandes nomes então foram surgindo nesse novo estilo como: Donna Summer, Earth Wind and Fire, ABBA, entro outros. As grandes gravadoras começaram a se interessar pela nova linguagem promissora, como a Motown que transformou a recém-saída das Supremes, Diana Ross, em uma das divas da era disco.
Cenas do Filme "Embalos de Sábado a noite"
Diana Ross na época das Supremes e na época disco
Em 1977 o movimento teve o seu “boom” com a estreia do filme “Embalos de sábado a noite”. John Travolta e os Beeges deram o empurrão que faltava para a Disco ter um sucesso estrondoso ao redor de todo o planeta. Nessa altura, as festas já tinham tomado conta das ruas, enormes espaços eram criados exclusivamente para festas: eram as primeiras discotecas! Dentre as mais Importantes estava o Studio 54, criado por  Steve Rubell, um ambiente idealizado para criar as melhores e intermináveis festas já vistas, um local para tornar os sonhos realidade, onde astros e pessoas comuns transitavam e conviviam livremente (passando é claro pela “peneira” da porta).
Woody Allen  e Michael Jackson no sofá do Stúdio54
Nesse estágio a experimentação sexual, experiencias sensitivas impulsionadas pelo uso do LSD estavam no auge, a festa criada pelas minorias agora tomava conta de todos, e a ordem era extravasar a alegria, dançar e se experimentar para se divertir.
No Brasil a cena chegou com força em 1978, também impulsionada por uma produção visual: a novela “Dancing Days” da rede Globo.
Gravadoras cada vez mais entravam na onda e iam em busca de novos nomes para esse movimento, e com o tempo cada vez mais artistas fabricados e de qualidade rasa eram lançados no mercado apenas pelo interesse de lucro das gravadoras.
Como toda linguagem explorada excessivamente, a Disco começou a se desgastar. Esses novos artistas “fabricados” não convenciam o publico, que acabava não comprando os álbuns; as gravadoras começaram a se afogar no próprio lixo produzido e entrar em dificuldade financeira.
Steve Dahl
Paralelamente com o colapso das gravadoras um movimento anti-disco foi tomando forma e ganhando força. Liderados por Steve Dahl roqueiros impulsionados por frases como “disco sucks” tinham como objetivo acabar com essa que não era uma “música de verdade”. - Engraçado perceber como uma geração que renega uma linguagem e cria uma nova, que não é aceita pela conservadora geração anterior, posteriormente será esta geração anterior e tomará uma postura conservadora quanto a uma nova linguagem (no caso o rock renegando a disco).
Foto tirada durante a Disco Demolition Night
Para acabar de vez com a “pouca vergonha” da disco, Dahl organizou a “Disco Demolition Night”. No dia 12 de julho de 1979 as pessoas levariam os discos de música disco para serem detonados no intervalo do jogo entre Chicago White Sox e Detroit Tigers; eram esperados 12 participantes, aparaceram 90.000! Os discos foram destridos durante o intervalo do jogo que não pode ser concluído pois a multidão invadiu o campo, causando uma grande confusão e enorme euforia.- Importante dizer que a motivação do protesto se confundia com o preconceito racial e homofobia, dentre os discos destruídos estavam também alguns de musica soul e de artistas negros em geral.
No início da década de 80 a febre da disco music já havia passado, a linguagem desgastada havia chegado em seu ápice, passado por um declinio e já era considerada passado. Aqui no Brasil continuou com força até meados dos anos 80.


grupo:  Thomas Levisky, Leandro Nilo, Carlos Eduardo Aranha e Frederico Silva

quarta-feira, 16 de maio de 2012

JOHN CAGE




John Milton Cage Jr. (5 de setembro de 1912 - 12 de agosto de 1992) foi um compositor, poeta, pintor, teórico musical experimentalista e escritor norte-americano. Nasceu em Los Angeles, Califórnia, foi um investigador incansável. Sua matéria prima é o óbvio, o quotidiano – tudo o que já existe, mas que passa despercebido ao sentimento geral – eleva o barulho-ruído ao status de música, fazendo o mesmo com o silêncio. Busca novas estruturas musicais, até descobrir que não precisava delas. 


John Cage foi um dos primeiros a escrever sobre o que ele chamava de música de acaso (o que outros decidiram rotular de música aleatória) - música em que alguns elementos eram deixados ao acaso. Também ficou conhecido pelo uso não convencional de instrumentos e pelo seu pioneirismo na música eletrônica. Em 1930 conhece o fonógrafo em Berlim, então com 18 anos.



“Eu tendo mais a violência do que a ternura, ao inferno mais que ao céu, ao feio mais que ao belo, ao impuro mais que ao puro, porque ao fazer essas coisas elas se transformam, e nós nos transformamos”.

   



                   





Durante 1935-36 frequentou aulas de composição com Richard Buhlig e Henry Cowell na New School for Social Research. Certo tempo depois, Cage teve uma chance e juntou-se à Chicago School of Design. Sempre procurou novas alternativas. Em 1939 utiliza o fonógrafo como um “instrumento musical”, em “Imaginary Landscape nº 1”.





“Pedi a Schoenberg que me ensinasse, ele disse ‘Você provavelmente não pode pagar meu preço.’ Eu disse, ‘Nem diga, eu não tenho nenhum dinheiro.’ Aí ele disse, ‘você vai dedicar a sua vida à música?’ Eu disse. "SIM" Ele me ensinaria de graça, desisti da pintura e só passei a compor. Após dois anos, ficou claro para mim e para ele que eu não tinha "jeito/tato" para Harmonia, o que para Schoenberg era uma questão não apenas "colorística/timbrística", mas estrutural. Me disse que eu jamais poderia compor musica, pois eu chegaria a uma parede que eu não poderia atravessar. "Então passarei a minha vida batendo a cabeça contra essa parede." "Eu não podia aceitar a ideia acadêmica de que a musica era apenas para comunicação, porque eu percebi que quando eu conscientemente escrevia algo triste, as pessoas e os criticos estavam propensos a rir. Eu determinei que desistiria de composições até que eu encontrasse uma razão melhor que comunicação. Encontrei essa resposta de Gira Sarabhai, um cantor indiano e tocador de tabla. ‘O propósito da musica é acalmar e aquietar a mente, assim sendo, está suscetível a influências divinas’. ”



            

 Em 1942 faz “Credo in US” com partes para toca – disco ou rádio. A partitura sugere Beethoven ou Sibelius. O toca – disco gravado parte de Beethoven equivale ao mictório “La Foutaine” de Marcel Duchamp segundo Cage.










Em 1949, Cage conhece técnicos pioneiros em música eletrônica na Europa. Após voltar do EUA e ter acesso à tecnologia da fita magnética, cria a “Willians Mix”, com mistura de sons da cidade, do campo, produzidos manualmente e sons pequenos e sons do vento, todos esses sob interferências do I Ching. O público dele era formado por artistas, boêmios, excêntrico e inconformistas de todas as tendências.


Música relacionada com a ideia aleatória encontrada nos trabalhos de John Cage foi em partes inspirado em seu amigo Morton Feldman que fazia seus experimentos musicais por volta de 1950. Cage usou o I Ching na composição de sua música para introduzir um elemento de acaso sobre o qual ele não poderia ter controle algum. A primeira vez que ele usou este método foi em Music of Changes para piano solo em 1951, para determinar a sequência de notas ou grupos de notas que deveriam ser usadas e o momento preciso de suas ocorrências.


Com três concertos em 52, laçou sua revolução: 

Water Music – tinha piano preparado, cartas de baralho, apitos para patos, rádio sintonizando diversas estações, jarras de água sendo despejadas.
Black Mountain Piece – primeiro verdadeiro “happening”, a fronteira entre artista e plateia desaparece.
4´33´´ - 29 de agosto em Woodstock, inspiração veio de telas totalmente brancas de Rauschenberg. Anteriormente intitulada “Silent Prayer”.



                “A música está ficando para trás”



                         



Merce Cunnigham e Cage criam um novo tipo de dança inspirada no acaso, na qual o som e o movimento só seguem caminhos separados para se reencontrar num nível conceitual. (Inspiração Zen Budista). Trabalha muito com “notação gráfica”, a qual consistia em “sugerir” ao invés de determinar o que o artista tocaria.





Criação do Piano Preparado e instrumentos de percussão originais:
Inserção de pinos, parafusos, moedas, madeiras, feltro e outros objetos entre as cordas, utilizando-se de um “método violento”, enquanto os sons do piano eram naturalmente suaves. Fabricou diversos instrumentos de percussão, tambores de freio, rodas, molas e peças de automóveis.

 



“Acredito que o uso de ruído para fazer música vai continuar e aumentar até chegarmos a uma música produzida com a ajuda de instrumentos elétricos que tornarão disponíveis com a ajuda de instrumentos elétricos que tornarão disponíveis para propósitos musicais todo e qualquer som que possa ser ouvido.” John CAGE -1937



Em 1963 apresenta Variations, na qual convoca 12 pianistas para tocar das 06 da manha de 09 de setembro até madrugada seguinte. Reembolso de U$ 0,05 (cinco centavos) a cada 20 minutos que o público passasse na plateia. O reembolso se assistisse o espetáculo inteiro era de U$ 0,20 (vinte centavos). 
John Cage foi uma referência na música, defendendo uma performance colaborativa por parte da audiência e defendendo o indeterminismo quanto à composição e quanto à interpretação. Explorou o silêncio, elevou o ruído ao estatuto de música integrando sons considerados como tal. Foi um dos precursores do happening. Escreveu música em que alguns elementos eram deixados ao acaso sendo assim um representante da música aleatória. 


O happening (do inglês, acontecimento) é uma forma de expressão das artes visuais que, de certa maneira, apresenta características das artes cênicas. Neste tipo de obra, quase sempre planejada, incorpora-se algum elemento de espontaniedade ou improvisação, que nunca se repete da mesma maneira a cada nova apresentação. Apesar de ser definida por alguns historiadores como um sinônimo de performance, o happening é diferente porque, além do aspecto de imprevisibilidade, geralmente envolve a participação direta ou indireta do público espectador. Para o compositor John Cage, os happenings eram "eventos teatrais espontâneos e sem trama".



O termo happening, como categoria artística, foi utilizado pela primeira vez pelo artista Allan Kaprow, em 1959. Como evento artístico, acontecia em ambientes diversos, geralmente fora de museus e galerias, nunca preparados previamente para esse fim. 


Na pop art, artistas como Kaprow e Jim Dine, programavam happennings com o intuito de "tirar a arte das telas e trazê-la para a vida". Robert Rauschenberg, em Spring Training (do inglês, Treino de Primavera), alugou trinta tartarugas para soltá-las sobre um palco escuro, com lanternas presas nos cascos. Enquanto as tartarugas emitiam luzes em direções aleatórias, o artista perambulava entre elas vestindo calças de jóquei. No final, sobre pernas-de-pau, Rauschenberg jogou água em um balde de gelo seco preso a sua cintura, levantando nuvens de vapor ao seu redor. Ao terminar o happening, o artista afirmou: "As tartarugas foram verdadeiras artistas, não é?"








“Acho que vivemos numa  época em que não existe  tendência dominante, mas sim muitas tendências,             ou até mesmo, se imaginarmos um rio no tempo,       que chegamos ao delta, talvez voltado ao céu”.                           
John CAGE - 1992







“Sou dos que amam apagar a distinção entre a arte e a vida”. 


“Eu não consigo entender porque as pessoas estão com medo de novas ideias. Estou com medo das antigas.”








Grupo: BRUNNO ROSSETTI OGIBOWSKI, HENRIQUE ALVES AARÃO, LUCAS.