quinta-feira, 24 de maio de 2012

A Era Disco

A cena Disco começou antes mesmo de uma música característica ser estabelecida, e foi resultado de um soma de fatores vindos de vários lados e origens.
No final da década de 60, início da década de 70 o movimento do orgulho gay tomou força principalmente na cidade de Nova Iorque, onde existia uma lei que proibia pessoas do mesmo sexo até de dançar juntas. Conseguindo derrubar essa lei começaram a ser organizadas festas privadas voltadas para esse público, que não tinha lugares de encontro pela cidade.
Logo essas festas se tornaram disputadas, principalmente a do pioneiro David Mancuso, que ficou conhecida como a “The Loft”. Nessas festas as músicas que embalavam as noites eram rock, soul e algumas musicas latinas que eram intercaladas. Quem escolhia a sequencia e colocava-as para tocar era a figura do dj, que vinha da cultura do soundsystem jamaicano, introduzido na América do norte pelos imigrantes que escaparam da grande crise econômica da Jamaica.
Grupo Abba
Aos poucos as técnicas dos djs foram evoluindo: uma segunda pick-up foi incluída, assim não haveria um intervalo entre uma música e outra; e discos de 12 polegadas começaram a ser utilizados, assim com apenas uma musica em casa lado do disco, era mais fácil de localizar o inicio de cada faixa.
Com essa configuração, a figura do dj foi ganhando cada vez mais importância, mixagens começaram a ser feitas, e com isso a mistura desses estilos musicais distintos que eram tocados nessas festas foi se tornando mais intenso, dando origem a musica característica da era disco.
Grandes nomes então foram surgindo nesse novo estilo como: Donna Summer, Earth Wind and Fire, ABBA, entro outros. As grandes gravadoras começaram a se interessar pela nova linguagem promissora, como a Motown que transformou a recém-saída das Supremes, Diana Ross, em uma das divas da era disco.
Cenas do Filme "Embalos de Sábado a noite"
Diana Ross na época das Supremes e na época disco
Em 1977 o movimento teve o seu “boom” com a estreia do filme “Embalos de sábado a noite”. John Travolta e os Beeges deram o empurrão que faltava para a Disco ter um sucesso estrondoso ao redor de todo o planeta. Nessa altura, as festas já tinham tomado conta das ruas, enormes espaços eram criados exclusivamente para festas: eram as primeiras discotecas! Dentre as mais Importantes estava o Studio 54, criado por  Steve Rubell, um ambiente idealizado para criar as melhores e intermináveis festas já vistas, um local para tornar os sonhos realidade, onde astros e pessoas comuns transitavam e conviviam livremente (passando é claro pela “peneira” da porta).
Woody Allen  e Michael Jackson no sofá do Stúdio54
Nesse estágio a experimentação sexual, experiencias sensitivas impulsionadas pelo uso do LSD estavam no auge, a festa criada pelas minorias agora tomava conta de todos, e a ordem era extravasar a alegria, dançar e se experimentar para se divertir.
No Brasil a cena chegou com força em 1978, também impulsionada por uma produção visual: a novela “Dancing Days” da rede Globo.
Gravadoras cada vez mais entravam na onda e iam em busca de novos nomes para esse movimento, e com o tempo cada vez mais artistas fabricados e de qualidade rasa eram lançados no mercado apenas pelo interesse de lucro das gravadoras.
Como toda linguagem explorada excessivamente, a Disco começou a se desgastar. Esses novos artistas “fabricados” não convenciam o publico, que acabava não comprando os álbuns; as gravadoras começaram a se afogar no próprio lixo produzido e entrar em dificuldade financeira.
Steve Dahl
Paralelamente com o colapso das gravadoras um movimento anti-disco foi tomando forma e ganhando força. Liderados por Steve Dahl roqueiros impulsionados por frases como “disco sucks” tinham como objetivo acabar com essa que não era uma “música de verdade”. - Engraçado perceber como uma geração que renega uma linguagem e cria uma nova, que não é aceita pela conservadora geração anterior, posteriormente será esta geração anterior e tomará uma postura conservadora quanto a uma nova linguagem (no caso o rock renegando a disco).
Foto tirada durante a Disco Demolition Night
Para acabar de vez com a “pouca vergonha” da disco, Dahl organizou a “Disco Demolition Night”. No dia 12 de julho de 1979 as pessoas levariam os discos de música disco para serem detonados no intervalo do jogo entre Chicago White Sox e Detroit Tigers; eram esperados 12 participantes, aparaceram 90.000! Os discos foram destridos durante o intervalo do jogo que não pode ser concluído pois a multidão invadiu o campo, causando uma grande confusão e enorme euforia.- Importante dizer que a motivação do protesto se confundia com o preconceito racial e homofobia, dentre os discos destruídos estavam também alguns de musica soul e de artistas negros em geral.
No início da década de 80 a febre da disco music já havia passado, a linguagem desgastada havia chegado em seu ápice, passado por um declinio e já era considerada passado. Aqui no Brasil continuou com força até meados dos anos 80.


grupo:  Thomas Levisky, Leandro Nilo, Carlos Eduardo Aranha e Frederico Silva

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