quarta-feira, 16 de maio de 2012

JOHN CAGE




John Milton Cage Jr. (5 de setembro de 1912 - 12 de agosto de 1992) foi um compositor, poeta, pintor, teórico musical experimentalista e escritor norte-americano. Nasceu em Los Angeles, Califórnia, foi um investigador incansável. Sua matéria prima é o óbvio, o quotidiano – tudo o que já existe, mas que passa despercebido ao sentimento geral – eleva o barulho-ruído ao status de música, fazendo o mesmo com o silêncio. Busca novas estruturas musicais, até descobrir que não precisava delas. 


John Cage foi um dos primeiros a escrever sobre o que ele chamava de música de acaso (o que outros decidiram rotular de música aleatória) - música em que alguns elementos eram deixados ao acaso. Também ficou conhecido pelo uso não convencional de instrumentos e pelo seu pioneirismo na música eletrônica. Em 1930 conhece o fonógrafo em Berlim, então com 18 anos.



“Eu tendo mais a violência do que a ternura, ao inferno mais que ao céu, ao feio mais que ao belo, ao impuro mais que ao puro, porque ao fazer essas coisas elas se transformam, e nós nos transformamos”.

   



                   





Durante 1935-36 frequentou aulas de composição com Richard Buhlig e Henry Cowell na New School for Social Research. Certo tempo depois, Cage teve uma chance e juntou-se à Chicago School of Design. Sempre procurou novas alternativas. Em 1939 utiliza o fonógrafo como um “instrumento musical”, em “Imaginary Landscape nº 1”.





“Pedi a Schoenberg que me ensinasse, ele disse ‘Você provavelmente não pode pagar meu preço.’ Eu disse, ‘Nem diga, eu não tenho nenhum dinheiro.’ Aí ele disse, ‘você vai dedicar a sua vida à música?’ Eu disse. "SIM" Ele me ensinaria de graça, desisti da pintura e só passei a compor. Após dois anos, ficou claro para mim e para ele que eu não tinha "jeito/tato" para Harmonia, o que para Schoenberg era uma questão não apenas "colorística/timbrística", mas estrutural. Me disse que eu jamais poderia compor musica, pois eu chegaria a uma parede que eu não poderia atravessar. "Então passarei a minha vida batendo a cabeça contra essa parede." "Eu não podia aceitar a ideia acadêmica de que a musica era apenas para comunicação, porque eu percebi que quando eu conscientemente escrevia algo triste, as pessoas e os criticos estavam propensos a rir. Eu determinei que desistiria de composições até que eu encontrasse uma razão melhor que comunicação. Encontrei essa resposta de Gira Sarabhai, um cantor indiano e tocador de tabla. ‘O propósito da musica é acalmar e aquietar a mente, assim sendo, está suscetível a influências divinas’. ”



            

 Em 1942 faz “Credo in US” com partes para toca – disco ou rádio. A partitura sugere Beethoven ou Sibelius. O toca – disco gravado parte de Beethoven equivale ao mictório “La Foutaine” de Marcel Duchamp segundo Cage.










Em 1949, Cage conhece técnicos pioneiros em música eletrônica na Europa. Após voltar do EUA e ter acesso à tecnologia da fita magnética, cria a “Willians Mix”, com mistura de sons da cidade, do campo, produzidos manualmente e sons pequenos e sons do vento, todos esses sob interferências do I Ching. O público dele era formado por artistas, boêmios, excêntrico e inconformistas de todas as tendências.


Música relacionada com a ideia aleatória encontrada nos trabalhos de John Cage foi em partes inspirado em seu amigo Morton Feldman que fazia seus experimentos musicais por volta de 1950. Cage usou o I Ching na composição de sua música para introduzir um elemento de acaso sobre o qual ele não poderia ter controle algum. A primeira vez que ele usou este método foi em Music of Changes para piano solo em 1951, para determinar a sequência de notas ou grupos de notas que deveriam ser usadas e o momento preciso de suas ocorrências.


Com três concertos em 52, laçou sua revolução: 

Water Music – tinha piano preparado, cartas de baralho, apitos para patos, rádio sintonizando diversas estações, jarras de água sendo despejadas.
Black Mountain Piece – primeiro verdadeiro “happening”, a fronteira entre artista e plateia desaparece.
4´33´´ - 29 de agosto em Woodstock, inspiração veio de telas totalmente brancas de Rauschenberg. Anteriormente intitulada “Silent Prayer”.



                “A música está ficando para trás”



                         



Merce Cunnigham e Cage criam um novo tipo de dança inspirada no acaso, na qual o som e o movimento só seguem caminhos separados para se reencontrar num nível conceitual. (Inspiração Zen Budista). Trabalha muito com “notação gráfica”, a qual consistia em “sugerir” ao invés de determinar o que o artista tocaria.





Criação do Piano Preparado e instrumentos de percussão originais:
Inserção de pinos, parafusos, moedas, madeiras, feltro e outros objetos entre as cordas, utilizando-se de um “método violento”, enquanto os sons do piano eram naturalmente suaves. Fabricou diversos instrumentos de percussão, tambores de freio, rodas, molas e peças de automóveis.

 



“Acredito que o uso de ruído para fazer música vai continuar e aumentar até chegarmos a uma música produzida com a ajuda de instrumentos elétricos que tornarão disponíveis com a ajuda de instrumentos elétricos que tornarão disponíveis para propósitos musicais todo e qualquer som que possa ser ouvido.” John CAGE -1937



Em 1963 apresenta Variations, na qual convoca 12 pianistas para tocar das 06 da manha de 09 de setembro até madrugada seguinte. Reembolso de U$ 0,05 (cinco centavos) a cada 20 minutos que o público passasse na plateia. O reembolso se assistisse o espetáculo inteiro era de U$ 0,20 (vinte centavos). 
John Cage foi uma referência na música, defendendo uma performance colaborativa por parte da audiência e defendendo o indeterminismo quanto à composição e quanto à interpretação. Explorou o silêncio, elevou o ruído ao estatuto de música integrando sons considerados como tal. Foi um dos precursores do happening. Escreveu música em que alguns elementos eram deixados ao acaso sendo assim um representante da música aleatória. 


O happening (do inglês, acontecimento) é uma forma de expressão das artes visuais que, de certa maneira, apresenta características das artes cênicas. Neste tipo de obra, quase sempre planejada, incorpora-se algum elemento de espontaniedade ou improvisação, que nunca se repete da mesma maneira a cada nova apresentação. Apesar de ser definida por alguns historiadores como um sinônimo de performance, o happening é diferente porque, além do aspecto de imprevisibilidade, geralmente envolve a participação direta ou indireta do público espectador. Para o compositor John Cage, os happenings eram "eventos teatrais espontâneos e sem trama".



O termo happening, como categoria artística, foi utilizado pela primeira vez pelo artista Allan Kaprow, em 1959. Como evento artístico, acontecia em ambientes diversos, geralmente fora de museus e galerias, nunca preparados previamente para esse fim. 


Na pop art, artistas como Kaprow e Jim Dine, programavam happennings com o intuito de "tirar a arte das telas e trazê-la para a vida". Robert Rauschenberg, em Spring Training (do inglês, Treino de Primavera), alugou trinta tartarugas para soltá-las sobre um palco escuro, com lanternas presas nos cascos. Enquanto as tartarugas emitiam luzes em direções aleatórias, o artista perambulava entre elas vestindo calças de jóquei. No final, sobre pernas-de-pau, Rauschenberg jogou água em um balde de gelo seco preso a sua cintura, levantando nuvens de vapor ao seu redor. Ao terminar o happening, o artista afirmou: "As tartarugas foram verdadeiras artistas, não é?"








“Acho que vivemos numa  época em que não existe  tendência dominante, mas sim muitas tendências,             ou até mesmo, se imaginarmos um rio no tempo,       que chegamos ao delta, talvez voltado ao céu”.                           
John CAGE - 1992







“Sou dos que amam apagar a distinção entre a arte e a vida”. 


“Eu não consigo entender porque as pessoas estão com medo de novas ideias. Estou com medo das antigas.”








Grupo: BRUNNO ROSSETTI OGIBOWSKI, HENRIQUE ALVES AARÃO, LUCAS.




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